Devido os últimos acontecimentos na vida do
nosso eterno arquiteto Oscar Niemeyer, 104 anos,
achei de bom tom postar algo em homenagem a sua vida e obra, uma vez que seu
trabalho perdura até os tempos atuais, tendo como ultima obra Centro Cultural Oscar Niemeyer na Espanha em 2011.
Niemeyer nasceu em 15 de dezembro de 1907 e se
formou arquiteto em 1934 na Escola Nacional de Belas Artes no rio de Janeiro.
Desde então acumulou mais de 100 projetos arquitetônicos, mais de 10 livros, um filme sobre sua vida e obra, mais de 30 prêmios nacionais e
internacionais, dentre eles o Pritzker, além de ser eleito o nono gênio mundial vivo pela revista
Syntetics.
Considerado um dos nomes mais influentes do
movimento moderno, sua arquitetura transgrediu os anseios de sua época, através
de propostas inovadoras e de certa forma experimentais, criando um estilo próprio
na qual a forma não segue a função, sendo ambas essenciais no pensamento
projetual.
Formas simples e curvilíneas
são as bases de sua criação , que desde o início trabalhou com as inúmeras
possibilidades do concreto armado. Para tanto contou com a ajuda dos
engenheiros Joaquim Cardozo e José Carlos Sussekind. Dentre os nomes que o inspiraram ou inspiram,
muito difícil não mencionar Le Corbusier ou Lucio Costa.
"Muito lidei com
Le Corbusier (...) Mas o primeiro contato que tivemos foi em 1936 no Rio,
quando, pressionado pelo Lúcio, Gustavo Capanema, ex-ministro da Educação,
resolveu convocá-lo para uma série de palestras. Tarefa que, revoltado contra a
incompreensão que o cercava profissionalmente, aflito para demonstrar seu
talento, Le Corbusier converteu logo em dois novos trabalhos, a sede do
Ministério da Educação e Saúde e a Universidade de Mangueira (...) Naquela época
ainda caminhávamos na periferia da sua arquitetura. Tínhamos lido sua obra
excepcional como sagrado catecismo, mas ainda não estávamos, como se verificou,
integrados nos seus segredos e minúcias."
"Para nós, Lucio
constituía o líder absoluto, o homem correto e lúcido em quem podíamos confiar.
Lembro-me de algumas passagens que marcam seu caráter, sua grandeza moral, o
apreço que tinha por seus companheiros. Um dia organizaram um concurso de projetos
para o Pavilhão do Brasil na feira de Nova York. Concorremos, êle, outros
arquitetos e eu. Quando Lucio soube que fora classificado em primeiro lugar e
eu em segundo, abalou-se serra abaixo - estava em Petrópolis - para ver os
projetos e achando o meu trabalho muito bom, procurou o ministro João Carlos
Vital, dele conseguindo que viajássemos para os Estados Unidos e juntos
elaborássemos o projeto definitivo. Esse, aliás, constitui o único projeto que
recordo com certo constrangimento, convicto de que me deveria ter limitado a
ajudar o desenvolvimento do seu projeto sem procurar influir na solução.
Conforta-me um pouco, saber que no projeto apresentado prevaleceu sua idéia
inicial, os "pilotis" e o partido mais vazado que se impunha. Eu era
jovem e a arquitetura, para mim, uma atração incontrolável."
Ao longo dos anos sua
criação foi alvo de inúmeras críticas, boas e ruins, devido principalmente as
suas soluções formais e estruturais, e também ao seu discurso esquerdista, que
muitas vezes não dialoga com o resultado final da obra (segundo alguns
teóricos).