terça-feira, 8 de maio de 2012

Oscar Niemeyer, 104 anos de arquitetura


     Devido os últimos acontecimentos na vida do nosso eterno arquiteto Oscar Niemeyer, 104 anos, achei de bom tom postar algo em homenagem a sua vida e obra, uma vez que seu trabalho perdura até os tempos atuais, tendo como ultima obra Centro Cultural Oscar Niemeyer na Espanha em 2011. 
     Niemeyer nasceu em 15 de dezembro de 1907 e se formou arquiteto em 1934 na Escola Nacional de Belas Artes no rio de Janeiro. Desde então acumulou mais de 100 projetos arquitetônicos, mais de 10 livros, um filme sobre sua vida e obra, mais de 30 prêmios nacionais e internacionais, dentre eles o Pritzker, além de ser eleito o nono gênio mundial vivo pela revista Syntetics.
Ficheiro:Niteroi Museu de Arte Contemporanea 2005-03-15.jpg
     Considerado um dos nomes mais influentes do movimento moderno, sua arquitetura transgrediu os anseios de sua época, através de propostas inovadoras e de certa forma experimentais, criando um estilo próprio na qual a forma não segue a função, sendo ambas essenciais no pensamento projetual.

     Formas simples e curvilíneas são as bases de sua criação , que desde o início trabalhou com as inúmeras possibilidades do concreto armado. Para tanto contou com a ajuda dos engenheiros Joaquim Cardozo e José Carlos Sussekind. Dentre os nomes que o  inspiraram ou inspiram, muito difícil não mencionar Le Corbusier ou Lucio Costa.
     "Muito lidei com Le Corbusier (...) Mas o primeiro contato que tivemos foi em 1936 no Rio, quando, pressionado pelo Lúcio, Gustavo Capanema, ex-ministro da Educação, resolveu convocá-lo para uma série de palestras. Tarefa que, revoltado contra a incompreensão que o cercava profissionalmente, aflito para demonstrar seu talento, Le Corbusier converteu logo em dois novos trabalhos, a sede do Ministério da Educação e Saúde e a Universidade de Mangueira (...) Naquela época ainda caminhávamos na periferia da sua arquitetura. Tínhamos lido sua obra excepcional como sagrado catecismo, mas ainda não estávamos, como se verificou, integrados nos seus segredos e minúcias."
Ficheiro:Brazil.Brasilia.01.jpg
     "Para nós, Lucio constituía o líder absoluto, o homem correto e lúcido em quem podíamos confiar. Lembro-me de algumas passagens que marcam seu caráter, sua grandeza moral, o apreço que tinha por seus companheiros. Um dia organizaram um concurso de projetos para o Pavilhão do Brasil na feira de Nova York. Concorremos, êle, outros arquitetos e eu. Quando Lucio soube que fora classificado em primeiro lugar e eu em segundo, abalou-se serra abaixo - estava em Petrópolis - para ver os projetos e achando o meu trabalho muito bom, procurou o ministro João Carlos Vital, dele conseguindo que viajássemos para os Estados Unidos e juntos elaborássemos o projeto definitivo. Esse, aliás, constitui o único projeto que recordo com certo constrangimento, convicto de que me deveria ter limitado a ajudar o desenvolvimento do seu projeto sem procurar influir na solução. Conforta-me um pouco, saber que no projeto apresentado prevaleceu sua idéia inicial, os "pilotis" e o partido mais vazado que se impunha. Eu era jovem e a arquitetura, para mim, uma atração incontrolável."
     Ao longo dos anos sua criação foi alvo de inúmeras críticas, boas e ruins, devido principalmente as suas soluções formais e estruturais, e também ao seu discurso esquerdista, que muitas vezes não dialoga com o resultado final da obra (segundo alguns teóricos).
        

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