Para comemorar o aniversário da nossa ilustra cidade, nada melhor que ressaltar um dos mais grandiosos e significativos edifícios da nossa história, o Edifício Sampaio Moreira.
Considerado o primeiro arranha-céu de São Paulo, o edifício Sampaio Moreira foi inaugurado em 1924 com seus 13 andares e 50 metros de altura. Localizado na Rua Líbero Badaró, sua construção inaugurou um novo padrão de edificações rompendo com a horizontalidade da cidade.
Projetado pelo arquiteto Cristiano Stockler das Neves, que convenceu o comerciante José de Sampaio Moreira a bancar uma iniciativa civil de significativa magnitude para época, o edifício foi implantado a dedo de modo que ficasse de frente para o espaço entre dois pavilhões gêmeos do parque do Anhangabaú, já demolidos.
Sobre o edifício algumas considerações podem ser feitas:
“(...) na década de 20 floresceu uma segunda etapa do Ecletismo- não mais o historicista, mas um Ecletismo fixado na decoração, sem evocações, e mais atento às vantagens das novas técnicas construtivas, especialmente o concreto armado. (...) Foi o estilo de espírito eclético que se adaptou aos novos programas dos edifícios em altura, porque as novidades agora eram os prédios comerciais de escritórios e os apartamentos residenciais.
Houve quem procurasse adaptar à nova programação dos prédios altos o receituário historicista como Cristiano das Neves que, no edifício da Rua Líbedro Badaró, de treze pavimentos mais o ático, denominado “Sampaio Moreira” e inaugurado em 1924, insistiu no estilo Luis XVI, usando, inclusive, pequenas janelas, não tomando partido das possibilidades dos grandes vãos que o concreto lhe permitia. Mas o corrente posicionamento dos arquitetos foi aquele que aconselhava discreta decoração entre as vidraças e um “coroamento” da obra com alguma cimalha mais trabalhada amparando alguma alegoria ou ornamento moldado em cimento. Nunca o paramento vertical era interrompido em sua uniformidade de baixo a cima, como fez Cristiano das Neves em seu prédio “Sampaio Moreira” pegando em meia altura um saliente balcão. Em fim um critério de composição rarissimamente usado ”. (LEMOS: 1999, p.99)
Além disso, o projeto inaugurou o conceito de aranha-céu em SP, vindo das cidades norte-americanas, principalmente Nova Iorque e Chicago, abrindo porta a pensamentos como o de Henri Louis Sullivan, considerado pai dos aranhas céus. (texto retirado da minha pesquisa de graduação em arquitetura e urbanismo, protegido por direitos autorais)